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Vereadores Questionam Secretária de Meio Ambiente sobre Lagoa de Mãe-Bá: “Isso Parece um Problema Antigo”

Uma grave preocupação ambiental paira sobre a Lagoa de Mãe-Bá, situada entre os municípios de Anchieta e Guarapari. No dia 24 de julho, a Secretária de Meio Ambiente, Jessica Martins, foi convocada para prestar esclarecimentos na Câmara dos Vereadores de Anchieta sobre a situação alarmante da lagoa.

A secretária apresentou um relatório contundente, apontando que a lagoa está enfrentando um fenômeno preocupante conhecido como eutrofização, caracterizado pelo aumento excessivo de nutrientes no ambiente aquático. Esse processo tem ocasionado um crescimento descontrolado de microalgas, prejudicando a qualidade da água e ameaçando a vida aquática.

As análises realizadas revelaram que o desencadeamento da eutrofização pode ser resultado de atividades humanas, como o lançamento de esgoto e resíduos industriais na lagoa. Desde dezembro de 2022, sinais preocupantes já haviam sido detectados, com esverdeamento da água e maior floração de algas, sinalizando o agravamento da situação.

Assista abaixo a análise da Secretária de Meio Ambiente


A secretária de meio ambiente enfatizou o fósforo como um dos principais parâmetros para o fenômeno da eutrofização na Lagoa de Mãe-Bá. As análises realizadas nas amostras de água da zona de tratamento da Samarco revelaram que os níveis de fósforo estão abaixo da média considerada pela Lei Federal, embora não exista um limite específico estabelecido. Apesar disso, mesmo com teores inferiores, a presença dessa substância é suficiente para o desenvolvimento das microalgas causadoras da eutrofização, o que pode acarretar em toxinas prejudiciais à saúde da lagoa e à vida aquática, agravando ainda mais a situação.

Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente conduziu investigações nas indústrias da região, incluindo a Samarco. As análises apontaram que a estação de tratamento da CESAN está operando adequadamente, não sendo a principal fonte de lançamento de fósforo – uma das substâncias-chave na eutrofização. No entanto, outras fontes de fósforo foram identificadas, como possível lançamento de esgoto doméstico não tratado e ocupação do solo no entorno da lagoa, o que pode estar contribuindo para a contaminação.

A comunidade de Mãe-Bá enfrenta outro desafio: mais da metade das residências estão conectadas à rede de tratamento de esgoto, mas algumas casas em áreas mais baixas, próximas à lagoa, têm dificuldades em fazer a ligação devido ao nível gravitacional. Essas residências não conectadas podem contribuir para a contaminação da água da lagoa, agravando a situação.

Para lidar com o problema, a Secretaria de Meio Ambiente enfatizou a necessidade de colaboração com a CESAN para encontrar soluções viáveis e inclusivas de tratamento de esgoto, garantindo que todas as residências contribuam para a preservação da lagoa.

Boa notícia

Contudo, uma notícia animadora foi anunciada durante a apresentação. A Samarco respondeu positivamente ao pedido da secretaria e instalou um centro de tratamento específico para o fósforo, visando reduzir sua presença nos influentes lançados na lagoa. Essa ação é essencial, pois o fósforo é uma das principais substâncias que contribuem para a eutrofização.

Diante desse cenário, a conscientização e o trabalho conjunto entre a comunidade, órgãos públicos e setor privado tornam-se imprescindíveis para enfrentar os desafios ambientais e garantir a preservação desse valioso recurso natural. A busca por soluções sustentáveis e ações corretivas são fundamentais para assegurar um futuro saudável para a Lagoa de Mãe-Bá e suas comunidades ao redor. A preservação dessa importante fonte de recursos naturais é crucial para a manutenção do equilíbrio ambiental e a qualidade de vida de todos que dependem dela.

Após a explanação técnica da Secretária de Meio Ambiente, a sessão na Câmara dos Vereadores de Anchieta prosseguiu com os vereadores levantando alguns pontos questionáveis. O vereador Edinho, que havia feito o convite à secretária, agradeceu a sua presença e a explicação dada sobre a situação crítica da Lagoa de Mãe-Bá.

O vereador Edinho solicitou à prefeitura a contratação de uma empresa especializada em monitoramento ambiental para complementar as análises da Secretaria de Meio Ambiente. Ele ressaltou a importância de não depender exclusivamente da fiscalização do IEMA e destacou que a contratação de uma empresa terceirizada garantiria maior abrangência, transparência e imparcialidade nos resultados. Essa iniciativa busca fortalecer a preservação da Lagoa de Mãe-Bá e promover uma gestão ambiental responsável, possibilitando uma avaliação completa dos impactos e auxiliando na implementação de medidas de conservação e recuperação.

O vereador Renato Lorencini levantou dúvidas sobre o fato de apenas 80 casas estarem contribuindo com o problema de eutrofização na Lagoa de Mãe-Bá, devido à sua vasta dimensão. Ele enfatizou a complexidade do fenômeno e ressaltou que pode ser necessário investigar minuciosamente todas as fontes de contaminação, mesmo as que possam parecer insignificantes à primeira vista.

o pronunciamento do Professor Robinho trouxe uma perspectiva crucial sobre a Lagoa de Mãe-Bá. Ele destacou que muitos moradores dependem da lagoa para subsistência, mas até o momento, não foram oferecidas alternativas pela prefeitura, Samarco ou CESAN. Essa falta de ações coloca em risco o bem-estar dessas comunidades e torna imprescindível o desenvolvimento de programas de apoio sustentável, incluindo turismo responsável e pesca sustentável. A união de esforços entre todas as partes interessadas é fundamental para preservar a lagoa como um recurso valioso tanto para a comunidade local quanto para a biodiversidade da região.

Apesar da explicação técnica apresentada pela Secretaria de Meio Ambiente durante a sessão na Câmara dos Vereadores de Anchieta, ainda permaneceram dúvidas e questionamentos entre os demais vereadores. A complexidade do fenômeno da eutrofização na Lagoa de Mãe-Bá e suas múltiplas causas levantaram a necessidade de um esforço conjunto para compreender plenamente o problema e buscar soluções eficazes. Diante disso, a contratação de uma empresa especializada para o monitoramento ambiental, conforme sugerido pelos vereadores, mostra-se como uma importante medida para complementar as análises e garantir a transparência e imparcialidade dos resultados. Além disso, a colaboração entre o poder público, empresas, especialistas e a comunidade local é essencial para enfrentar esse desafio e proteger essa valiosa lagoa e seu ecossistema para as presentes e futuras gerações.

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