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União de forças garante qualidade na merenda escolar

Poucos segundos depois do início do recreio, o refeitório já estava lotado e os alunos formavam a fila. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental José de Vargas Scherrer, em Piúma, o cardápio do dia tinha arroz, feijão, omelete com legumes e salada. Pra completar,  um copo caprichado com suco de acerola. Muitos desses alimentos da merenda foram produzidos por cooperativas de agricultura familiar.

“Hoje nós atendemos 16 escolas, temos cerca de 3.500 alunos e servimos cerca de 5.500 refeições por dia. Nós temos três cooperativas de agricultura familiar fornecendo alimentos para as escolas do município. Uma abastece 80% das nossas frutas, legumes e verduras; outra fornece doces, pães e bolos sem açúcar; e a terceira fornece cerca de 500 quilos de polpa de fruta por semana”, explica Denise Feres, nutricionista da Prefeitura de Piúma.

As cooperativas que atendem Piúma fazem parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Dentro do programa, o governo federal repassa verbas para estados e municípios. Em contrapartida, pelo menos 30% do valor repassado precisa ser usado para adquirir produtos da agricultura familiar. 

Em Piúma, o objetivo é comprar ainda mais alimentos de agricultores familiares nos próximos meses, superando a meta dos 30%. “O objetivo do nosso município é atingir a marca de 40% ou ainda mais”, revela a nutricionista Denise Feres.

Entre os meninos e meninas da escola, o suco de acerola faz sucesso. “Eu acho o suco muito gostoso e a merenda também. É muito bom saber que muita coisa que a gente consome é produzida por aqui mesmo, fortalece o município”, afirma a estudante Mariana dos Santos Rangel, aluna do 9º ano. 

Cooperativas agropecuárias

Quando o assunto é a agricultura familiar fornecendo alimentos para a merenda escolar, o Espírito Santo tem números expressivos. Em 2023, as cooperativas capixabas do ramo agropecuário atenderam 331 escolas públicas, beneficiando diretamente mais de 102 mil alunos, de acordo com dados do Anuário do Cooperativismo Capixaba.

Com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), as cooperativas de agricultura familiar do Espírito Santo receberam mais de R$ 7,6 milhões em 2023. Além disso, houve a movimentação R$ 11,9 milhões por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Pnae.

“Esse trabalho é essencial. A gente tem cooperativas voltadas para hortaliças, peixes, frutas e também algumas cooperativas mais diversificadas. A gente consegue atender todo o edital do Pnae”, afirma o assistente de Relações Institucionais do Sistema OCB/ES, Renan Reis.

Tradição na produção de polpas

A poucos quilômetros da Escola José de Vargas Scherrer fica a sede da Cooperativa de Valorização, Incentivo e Desenvolvimento Agropecuário Sustentável (Coopervidas). A organização, criada em 2007, fornece polpas de frutas para escolas de Piúma e de vários outros municípios capixabas, como Anchieta, Marataízes, Viana, Vila Velha, Vitória, Serra e Cariacica.“Nós temos contratos municipais e estaduais, fornecendo polpas de frutas como acerola, abacaxi, acerola, goiaba, maracujá, manga e graviola”, detalha Mayany Carvalho, analista administrativo da Coopervidas.

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Em 2023, o ramo agropecuário capixaba somou quase 40,8 mil cooperados, organizados em 23 cooperativas. A Coopervidas tem 54 propriedades de agricultura familiar associadas e produz cerca de 52 mil quilos de polpa de fruta por ano. A maior produção é de acerola, em torno de 29 mil quilos por ano.

O agricultor familiar Oséias Contaifer Neves assumiu o posto de presidente da Coopervidas há cerca de um ano e meio. Produzir polpas que abastecem várias escolas capixabas é motivo de muito orgulho.

“Desde quando iniciamos nosso trabalho, o foco da produção sempre foi merenda escolar. Nós ficamos felizes e gratos de fornecer um alimento de qualidade. Os alunos estão se alimentando com um alimento saudável. É uma grande satisfação fornecer esse alimento”, disse Oséias.

O agricultor familiar Izequias Dias Filho trabalha com fruticultura há cerca de 15 anos e é associado da Coopervidas desde a fundação. Com plantio de acerola, manga, goiaba e jabuticaba, ele valoriza a importância das cooperativas. 

“Uma das importâncias de estar dentro da cooperativa é a venda garantida. Se colheu, você sabe que vai conseguir vender.” Qualquer quantidade a gente vende, não tem problema de escoamento. Saber que a criança está tomando o suco com a nossa fruta é muito importante”, disse o produtor.

Parceria para produzir mais e melhor

Com o objetivo de contratar mais funcionários e aumentar a quantidade de polpas produzidas, a Coopervidas encontrou na Assembleia Legislativa do Espírito Santo um grande incentivo para expandir e melhorar as plantações dos associados. A cooperativa está participando do projeto Arranjos Produtivos, uma iniciativa da Casa dos Municípios da Ales, em parceria com o governo do Estado e apoio das prefeituras.

Dentro do projeto, de forma gratuita, os agricultores familiares recebem vários tipos de mudas, como acerola, café, cacau, laranja e limão. Os produtores também recebem orientações de técnicos do projeto diretamente nas plantações, aprendendo sobre a melhor forma de plantar, cultivar e colher. 

No caso da Coopervidas, os associados já receberam 350 mudas de acerola. A meta do grupo é renovar as plantações de todos os associados, totalizando cerca de 15 mil mudas.

“A gente só tem a agradecer esse projeto. É uma ideia que veio para ficar, que deu certo. Eles trouxeram as mudas e também trouxeram a orientação técnica. Está agregando muito valor para a cooperativa e para os produtores”, elogia o presidente da Coopervidas.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Santos, destaca a importância do cooperativismo capixaba e a parceria com o projeto Arranjos Produtivos. 

“Satisfação de saber que estamos no caminho certo e que a Assembleia não vai ficar omissa em poder ajudar as pessoas que mais precisam nesse estado. Sabemos que essas cooperativas precisam das mãos e do braço do Estado, e a Assembleia é integrante desse braço. Nós, através do programa Arranjos Produtivos, além de levar conhecimento, também levamos as nossas mudas para a renovação das plantações, para que eles possam continuar produzindo o alimento para levar para nossas escolas e ampliar suas receitas”, destaca o presidente da Ales. 

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