A Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo conheceu, nesta terça-feira (13), a tecnologia indiana “Pure Skies”, apresentada por representantes de uma empresa capixaba. A proposta da tecnologia é reduzir em até 70% a presença de pó preto — partículas finas e nocivas à saúde — no ar.
O encontro foi presidido pelo deputado Gandini e contou com a participação das deputadas Iriny Lopes (PT) e Camila Valadão (Psol). O sistema foi desenvolvido por uma empresa com sede em Bangalore, na Índia, e utiliza a transmissão de ondas de rádio pulsadas, semelhantes ao sinal de wi-fi, para atrair partículas poluentes presentes no ar.
Segundo o representante da empresa, Gerhard Huttig, o funcionamento da tecnologia faz com que as partículas poluentes se tornem mais pesadas e, assim, sejam depositadas no solo. Relatórios apresentados apontam que, após quatro horas de operação, a densidade das partículas no ambiente é reduzida pela metade. O equipamento pode ser instalado em diversos tipos de ambientes, como empresas, hospitais, espaços públicos e até residências.
De acordo com Iussef Maia, diretor da empresa capixaba, o sistema já foi instalado em mais de 100 pontos ao redor do mundo e recebeu certificações internacionais. No entanto, ainda não há instalação da tecnologia no Brasil. O equipamento possui um raio de atuação de 450 metros, com custo estimado em US$ 70 mil por unidade.
Durante a apresentação, o engenheiro Luiz Ribeiro Ignácio destacou que a eficácia da tecnologia foi comprovada por métodos reconhecidos por órgãos ambientais. Segundo ele, a proposta é atuar nas partículas já emitidas no ambiente, funcionando como uma medida complementar aos sistemas de controle de emissão.
O debate também abordou o destino das partículas que se sedimentam no solo. O presidente da ONG Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi Junior, questionou o tratamento posterior dessas partículas. Ele destacou a necessidade de critérios rigorosos para avaliar novas tecnologias, lembrando que os Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) estabelecem o uso das melhores tecnologias disponíveis.
O coordenador de Empreendimentos Industriais do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Maurício Castro, participou da reunião e afirmou que, embora o monitoramento aponte boa qualidade do ar no Estado, o tema deve ser debatido com responsabilidade, considerando os custos e benefícios de novos investimentos.
Ao encerrar a reunião, o deputado Gandini afirmou que a comissão busca conhecer e avaliar novas tecnologias que possam contribuir para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública, destacando o interesse do parlamento em abrir espaço para iniciativas voltadas à inovação ambiental.
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