Na comunidade de Córrego Fortuna, no distrito de São Bento de Urânia, em Alfredo Chaves, o cultivo de caqui se destaca como uma tradição familiar que vem ganhando reconhecimento dentro e fora do Espírito Santo. Flávio André Mozer Fassarela, de 34 anos, e seu pai, Hilton Fassarela, de 73, mantêm há 18 anos uma produção que hoje alcança cerca de 60 toneladas anuais, com foco na variedade Rama Forte.
Localizada a 950 metros de altitude, a propriedade da família aproveita as condições climáticas e geográficas favoráveis da região montanhosa para produzir frutos com sabor mais acentuado. De acordo com Flávio Fassarela, fatores como a correção do solo e o inverno com temperaturas amenas contribuem significativamente para a qualidade do caqui. No entanto, o produtor alerta para os impactos das mudanças climáticas, que vêm apresentando desafios para o desenvolvimento das safras.
A produção é comercializada diretamente na propriedade, com preços variando entre R$ 2 e R$ 4 por quilo, dependendo da demanda. Além de abastecer o mercado capixaba, o caqui cultivado pela família também chega a cidades de outros estados.
A propriedade não se limita ao caqui. Flávio e Hilton também cultivam jiló, inhame e batata-baroa, agregando diversidade e renda à atividade agrícola familiar.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Felipe Lovatti, o exemplo da família Fassarela mostra a força da agricultura familiar na economia de Alfredo Chaves. Ele ressalta o papel da diversidade de culturas no desenvolvimento socioeconômico local, destacando ainda que a prefeitura oferece suporte com serviços de máquinas, transporte de insumos e assistência técnica. Lovatti também mencionou a necessidade de ampliar o conhecimento técnico sobre o cultivo do caqui, sugerindo intercâmbios com municípios que já produzem a fruta em larga escala.