A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) deu início, nesta terça-feira (13), a uma série de palestras voltadas à prevenção e combate à exploração sexual infantil. A atividade, que faz parte da campanha nacional de conscientização sobre o tema, contou com a presença de cerca de 80 estudantes, que assistiram à palestra da conselheira tutelar Carolina Prata.
A ação integra a programação da semana de mobilização pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio. A próxima rodada de palestras está prevista para a sexta-feira (16), também nas dependências da Ales.
Durante o evento, Carolina Prata abordou aspectos da prevenção, identificação de sinais de abuso e a importância da denúncia. Ela ressaltou a necessidade de oferecer espaços seguros de escuta para que crianças e adolescentes se sintam à vontade para relatar situações de violência.
Segundo dados do Instituto Liberta, a cada hora três crianças são vítimas de abuso no Brasil, sendo que 51% dessas vítimas têm entre 1 e 5 anos. Ainda de acordo com o instituto, cerca de 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente por ano no país, mas apenas 7,5% dos casos são denunciados. Um dos principais canais de denúncia é o Disque 100, serviço nacional de proteção aos direitos humanos.
O deputado estadual Coronel Weliton (PRD) destacou a importância do debate junto aos jovens. “Nós temos que debater esse tema para difundir para todas as pessoas, especificamente para os jovens, para que eles tenham condições de identificar os sinais de violência e abuso”, afirmou o parlamentar.
O estudante Lorenzo Demuner, de 17 anos, considerou a palestra importante para ampliar o conhecimento sobre o tema e destacou a relevância da informação como forma de proteção.
A mobilização marca os 25 anos da criação do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído pela Lei Federal 9.970/2000. A data remete ao caso da menina Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, assassinada em 1973 no Espírito Santo, em um crime que teve grande repercussão nacional e se tornou símbolo da luta contra a violência sexual infantojuvenil no país.