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Oficina de musicalização busca transformar a vida de jovens no Centro de Vitória

Após mais de um ano fechada, a histórica Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro de Vitória, voltou a funcionar com um novo propósito: além do espaço religioso, tem agora um Centro Cultural. O apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, permitiu à igreja oferecer uma oficina para a formação musical de moradores da região, uma oportunidade para expressão e obtenção de renda a partir da economia criativa.

As oficinas de instrumentos de sopro são voltadas para jovens a partir de 14 anos, preferencialmente moradores da região do Centro de Vitória. As aulas acontecem às quintas-feiras, das 14h às 16 horas, e aos sábados, das 9h às 11 horas, na Igreja do Rosário. Para se inscrever, basta comparecer à Igreja.
Esta iniciativa do Centro Cultural vai além da iniciação musical, de acordo com o membro da Diretoria da Irmandade de São Benedito do Rosário, Victor Nodari. “A oficina visa não apenas dar um primeiro contato com o instrumento, mas também uma capacitação para que o aluno possa se encantar pela música e seguir carreira. Entendemos que, com o aprendizado adquirido e dedicação, os alunos sairão aptos para a usar a música como uma forma de obter uma renda, atuando na economia criativa”, frisou Nodari.

O Centro Cultural busca democratizar o acesso à cultura e à música no cenário local, por isso empresta os instrumentos aos alunos para as aulas, abrindo espaço para que pessoas sem instrumentos próprios participem. Além dos 15 alunos matriculados, o objetivo é que o impacto das oficinas se estenda às famílias, aos funcionários da igreja e à comunidade local, que se movimenta com as apresentações da Filarmônica Rosariense.

Além de preservar um patrimônio cultural do Espírito Santo, o apoio do Bandes ao Centro Cultural da Igreja do Rosário contribui para a transformação social, com mais inclusão e oportunidades para os jovens capixabas. “A interação do Bandes com a comunidade local mostra o alinhamento da instituição com as práticas ESG e o reconhecimento da importância das pautas sociais para o desenvolvimento sustentável do nosso Estado”, afirma a gerente de Planejamento e Processos do Bandes, Marina Bazoni de Souza.

Filarmônica Rosariense na história do Centro
Entre 1833 e 1901, haviam duas principais congregações devotas a São Benedito em Vitória, muito distintas política e socialmente: a Igreja do Rosário, na cidade baixa, e o Convento de São Francisco, na Cidade Alta. Essas diferenças e a disputa pela imagem de São Benedito deram origem ao conflito entre os “Peroás” e os “Caramurus”, devotos da Igreja do Rosário e do Convento de São Francisco, respectivamente. As duas irmandades tinham suas próprias bandas, que acompanhavam as procissões e disputavam o posto de responsável pela procissão mais bonita.

Diferentemente do Convento de São Francisco, a maioria dos fiéis da Igreja do Rosário era de pessoas mais pobres, muitas delas escravizadas, com ideais republicanos e abolicionistas. Na época, era comum a formação de bandas de sopro por negros cativos nas grandes fazendas, o que levou à formação de uma banda com este perfil na Igreja do Rosário. Então chamada de Banda de Música Rosariense, a Filarmônica surgiu por volta de 1833 para acompanhar as procissões e construiu um forte vínculo com a comunidade, tornando-se uma forma de manifestação cultural na região.

Serviço:
Oficinas de Música – Centro Cultural da Igreja do Rosário
Quintas-feiras: 14h às 16h
Sábados: das 9h às 11h
Público: moradores da região do Centro de Vitória, a partir de 14 anos
Endereço: Escadaria do Rosário, 35, Centro de Vitória/ES – CEP 29.016-100
Inscrições presencialmente.

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