O Dia Mundial da Água foi o tema central dos pronunciamentos dos parlamentares durante a sessão ordinária desta quarta-feira (22). O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Ales), deputado Gandini (Cidadania), afirmou que o foco do colegiado, enquanto ele estiver à frente, será na discussão sobre a qualidade da água e do ar no Espírito Santo.
“Nossos rios, nossos mananciais estão cada vez piores (…) A gente vai ter que cada vez mais investir em tecnologia se a gente não cuidar do principal, que é o quê? Que é evitar o desmatamento nessas regiões, onde nós temos as nascentes dos rios”, alertou.
“Nós temos que ter uma ação mais proativa porque daqui a pouco nós vamos discutir a dessalinização da água, porque nossos rios acabaram. Então nesse Dia Mundial da Água eu acho que o alerta maior pra gente é o de ter uma política pública clara, que possa intervir diretamente na causa do problema e não na ponta”, afirmou o parlamentar.
“Eu acho que a Assembleia é a Casa que precisa avaliar as políticas públicas, colaborar na fiscalização dessas políticas públicas, até pra que a gente entenda se elas serão suficientes pra que a gente tenha uma melhoria da situação atual”, concluiu.
O deputado João Coser (PT) também trouxe o tema para o seu pronunciamento. “A água como um bem natural dos mais importantes. A gente até vive, e já vivemos muitos anos no nosso planeta sem energia. Mas não vivemos sem a água e sem o ar. Então é fundamental que a gente comemore o que a gente tem de positivo e a gente registre também os desafios (…) Nós estamos vendo como o Brasil está agredindo a casa maior, a casa comum, a nossa Terra”, lamentou.
“Como a Amazônia vem sendo agredida, como a natureza vem sendo agredida e como a água vem sendo atingida. Primeiro com produtos indesejáveis que contaminam a água e vão matando pessoas. Só entre os índios ianomâmis, nós vimos lá, entre quatro ou cinco anos, mais de 4,5 mil crianças e adolescentes morreram por água contaminada”, complementou o petista.
“A gente percebe também que, quando se faz desmatamento na proporção que fazemos na Amazônia, você agride o mundo inteiro. Porque o mundo inteiro depende do meio ambiente e nós temos a bênção de ter uma área tão nobre”, finalizou Coser.
Poder público
O deputado Coronel Weliton (PTB) lembrou que a data foi instituída pela Organização das Nações Unidas, em 1992, e cobrou ações do poder público. “Nós temos que avançar muito ainda nesse tema. O Espírito Santo é um estado com belezas naturais incríveis, um potencial turístico invejável, de norte a sul, de leste a oeste, com abundância de água e de terras férteis”, disse.
“O poder público deveria ser o primeiro a respeitar as leis que vão ao encontro das necessidades da comunidade (…) Nós temos uma demanda reprimida muito grande nas comunidades rurais do Espírito Santo. Na maioria dos municípios capixabas, que são municípios do interior, nós não temos o tratamento do esgoto sanitário, ou seja, ele é jogado ‘in natura’ nos rios, nos córregos, nos mananciais”, lamentou o parlamentar.
“Nós precisamos que o poder público seja o primeiro a dar o exemplo, porque é muito fácil cobrar e fazer as leis. Mas o governo tem que ser o primeiro a justamente cumprir a legislação ambiental que existe e não somente cobrar das pessoas (…) O Estado do Espírito Santo precisa fazer um projeto de implantação de fossas sépticas no interior”, cobrou.
Economia
O foco do pronunciamento do deputado Sergio Meneguelli (Republicanos) foi a economia de água. “Tudo indica que a grande guerra do futuro será pela água. A gente poderia começar a conscientizar, dar algum incentivo para a produção de torneira e chuveiro com sensores. Uma torneira com sensor, a energia que ela gasta é mínima, mas a quantidade de água que se economiza é enorme”, opinou.
“Temos de fazer alguma coisa para realmente economizar e o poder público não deixar desperdiçar tanta água (…) Eu desejo que nesse Dia Mundial da Água que cada uma faça a sua parte”, pontuou Meneguelli.
